Contadores de histórias ajudam a alfabetizar crianças em hospitais
Cada letra que aprendeu foi com a ajuda de enfermeiros, médicos e, principalmente, dos contadores de histórias que visitam os pequenos no hospital.
A voluntária Irene Tanabe, 36, levou os primeiros livros para Vitor logo que ele começou o tratamento contra insuficiência renal, aos oito meses de idade.
Sete anos depois, ela continua carregando livros para o instituto, mas hoje é Vitor quem costuma lê-los. “Ei, olha! Um pato! Não é um pato, é um coelho!”, lê, virando em seguida o livro “Pato! Coelho!”, de Amy Krouse Rosenthal e Tom Lichtenheld, para mostrar para a repórter a figura na página. “O que você acha que é?”, pergunta, por fim.
Sete anos depois, ela continua carregando livros para o instituto, mas hoje é Vitor quem costuma lê-los. “Ei, olha! Um pato! Não é um pato, é um coelho!”, lê, virando em seguida o livro “Pato! Coelho!”, de Amy Krouse Rosenthal e Tom Lichtenheld, para mostrar para a repórter a figura na página. “O que você acha que é?”, pergunta, por fim.
Irene faz parte da ONG Viva e Deixe Viver desde 2004, quando resolveu dedicar um tempinho da sua vida de jornalista para o voluntariado. Ela também conta histórias para outras crianças no Hospital das Clínicas, mas admite que tem uma relação mais próxima com Vitor. “Ele vive nesse mundinho fechado no hospital, sem ir à escola, mas é muito esperto.”
Para fazer o tratamento, Vitor vai ao hospital um dia sim, um não, enquanto espera por um transplante de rim. Nas terapias que fazia na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) desde os seis meses de idade, Mary Lemos Prieto Giordano, 19, também contou com a ajuda do Viva para se alfabetizar.
“Eu ia à escola, mas o trabalho dos contadores ajudou muito a melhorar minha escrita e leitura. Eles foram muito importantes para o desenvolvimento da minha comunicação”, afirma.
Criada há 15 anos, a ONG tem cerca de 1.200 voluntários em nove Estados, que dedicam duas horas semanais ao trabalho. A seleção de contadores de história é feita uma vez por ano – o treinamento dura nove meses. Para 2012, as inscrições começam em fevereiro. Informações no site www.vivaedeixeviver.org.br.
(Folha de S.Paulo)